Estou (estava) mesmo a chegar é impressionante o que me lembrei…
Naquele dia também estava a chegar, e naquele mesmo dia, ainda acreditava em nós. Disses-te que ias ligar e ligas-te! Passamos horas ao telemóvel, tinhas acabado de ter um acidente quando ias para casa e tinhas ido ao hospital. Eu tinha passado duas horas num autocarro para passar o fim-de-semana antes das férias de carnaval com a família. Estavas no sótão com um isqueiro a queimar traças, como quem não tem nada para fazer (e não tinhas mesmo) e eu estava sentada no sofá em frente à televisão.
Falamos do “ontem”, do “hoje” e do “amanha” e nem eu nem tu sabíamos o que se ia passar “amanhã”. No “amanhã” aconteceu tudo o que não esperávamos. Apareceu quem não esperávamos, apareceu que fez com que tudo não tivesse passado de nada.
A culpa foi nossa, fomos nós quem deixou que tivesse sido assim. Houveram tantas vezes que devíamos ter falado em vez de calar e se tivesse sido assim de todas essas vezes as coisas tinham sido diferentes. Não digo que estivéssemos bem, mas não tinham existido telefonemas nem mensagens infelizes com palavras em vão que apesar de puras e sinceras só nos magoavam ainda mais e não nos deixavam crescer enquanto pessoas. Deviamos ter-nos mais um com o outro do que só com nó próprios, o nosso egoísmo notou-se bastante perante as nossas personalidades e não deixou que o nós existisse.
Depois de já ter dito tantas vezes que foi um erro, hoje apercebi-me que não foi. Tenho pena que para ti tenha sido, mas ainda tenho mais pena de não me o teres dito sempre o contrario e depois o ires dizer a uma das pessoas mais próximas de mim.
Apesar de tudo, não o faria de outra forma, gritaria outra vez que te amo (amava?) e que te quero (queria?) ao meu lado para sempre mas agora, adeus, amor.
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