terça-feira, 26 de julho de 2011

Presente

                Já deixei de me preocupar com o futuro. A partir do momento que ia ter de lidar com a tua ausência permanente deixei de me importar com o que ia acontecer, e nunca tinha sido assim. Sempre tinha dado mais importância ao que ia acontecer do que ao próprio momento. Tentei ser o mais racional possível o passado já tinha sido futuro e era ele quem tinha traçado o meu o presente e a única coisa que queria era que o presente não envolvesse dor ou mágoa.
                Mudei, e não fui eu que quis assim, foram as circunstâncias da vida que quiseram. Estás a dar-me tudo e eu também o faço. Já tentei arranjar muitas explicações e a única que me pareceu realmente válida foi amor. Ainda estou a aprender a fazê-lo e não é o meu coração que não consegue (sobre)viver sem ti, é a minha mente que sabe que podes e estás a fazer-me feliz.

domingo, 24 de julho de 2011


                Há coisas que não se esperam de pessoas com a maturidade que pensava que tinhas. Apesar de sempre ter sabido o que és e como és, nunca pensei que uma pergunta de tal caráter fosse feita por ti. A minha intenção nunca foi, nem irá ser, mudar-te, mas um bocadinho mais de vergonha não te fazia mal absolutamente nenhum.

Amor de família

          Hoje tinha ficado o resto da tarde a ouvir-te. Ouvir-te contar histórias tão reais como estar agora aqui, a escrever. Histórias com a dor e o sofrimento do passado e a felicidade do presente. Histórias de uma vida, a tua vida, as tuas histórias. Contaste-me o que a maioria da família não ia nem interessar-se por ouvir, mas eu interesso-me.
Nunca mais me vou esquecer do dia em que por pura curiosidade estava a vasculhar o sótão e por meu espanto encontro cartas. Cartas com mais de trinta anos. Cartas de uma vida que, felizmente, já não é a vossa. Uma vida de distância por dinheiro, de uma criança e de amor. Todas as cartas falavam em dinheiro e em saudades e junto a elas, todas traziam o traziam.
Falaste-me do quanto tudo o que tens hoje te custou a ganhar e apercebi-me que só não tens mais por uma insegurança que nem sequer era a tua. Querias sempre dentro do que podias, e podias mais, mas havia alguém que tinha medo. Medo de arriscar, medo do futuro. Mas estavas lá tu para levar as tuas ideias em frente e por entre hortas, sótãos e furos, tentas-te fazer sempre tudo da melhor forma possível…
Nunca vamos deixar de te amar.



terça-feira, 19 de julho de 2011

Hoje

          Depois de já me ter mentalizado que ia passar todo o Verão longe de ti, não vais, vais estar mais perto que nunca. Nem queria acreditar quando me contaste, depois de já ter-mos falado tanto sobre isso, como ia-mos organizar as coisas para que tudo continuasse igual, era um pouco surreal saber que, afinal, ia ser tudo ao contrário…
Não imaginas o quanto o facto de ficares me faz feliz, vais estar aqui, ao meu lado, sempre. Mas por outro, não era nada disso que querias, querias ir, organizar a tua vida, mesmo que para isso tivesse-mos de enfrentar a distância. Não sei porquê, mas acho que talvez tivesse sido melhor se tivesse sido assim.
        Apesar de tudo, hoje, tenho todas as certezas e mais algumas. Foste tu que me as deste. Conseguiste dar-me segurança para acreditar em nós e eu, nunca, vou deixar isso para trás.

domingo, 17 de julho de 2011

Distância

            Pensei muito sobre isto e cheguei à conclusão que a distância não me vai fazer diferença. Não é ela que vai fazer com que as coisas mudem, está tudo dependente de nós.
Já fizeste mais do que suficiente para mostrar que não vais deixar que nem as coisas mais insignificantes fiquem diferentes e não puseste absolutamente nada em causa. Eu sei que não te estas a forçar nem estas a tomar nada disto como uma obrigação, estás a fazê-lo porque sabes a mudança não nos vai destruir, só nos vai fortalecer ainda mais.

Vais hoje e não me quero preocupar muito com isso. Quero aproveitar todos os momentos quem que estiveres de volta e prometo muitas, muitas, muitas conchinhas. ♥♥

sábado, 16 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Adeus, amor

Estou (estava) mesmo a chegar é impressionante o que me lembrei…
Naquele dia também estava a chegar, e naquele mesmo dia, ainda acreditava em nós. Disses-te que ias ligar e ligas-te! Passamos horas ao telemóvel, tinhas acabado de ter um acidente quando ias para casa e tinhas ido ao hospital. Eu tinha passado duas horas num autocarro para passar o fim-de-semana antes das férias de carnaval com a família. Estavas no sótão com um isqueiro a queimar traças, como quem não tem nada para fazer (e não tinhas mesmo) e eu estava sentada no sofá em frente à televisão.
Falamos do “ontem”, do “hoje” e do “amanha” e nem eu nem tu sabíamos o que se ia passar “amanhã”. No “amanhã” aconteceu tudo o que não esperávamos. Apareceu quem não esperávamos, apareceu que fez com que tudo não tivesse passado de nada.
A culpa foi nossa, fomos nós quem deixou que tivesse sido assim. Houveram tantas vezes que devíamos ter falado em vez de calar e se tivesse sido assim de todas essas vezes as coisas tinham sido diferentes. Não digo que estivéssemos bem, mas não tinham existido telefonemas nem mensagens infelizes com palavras em vão que apesar de puras e sinceras só nos magoavam ainda mais e não nos deixavam crescer enquanto pessoas. Deviamos ter-nos mais um com o outro do que só com nó próprios, o nosso egoísmo notou-se bastante perante as nossas personalidades e não deixou que o nós existisse.
Depois de já ter dito tantas vezes que foi um erro, hoje apercebi-me que não foi. Tenho pena que para ti tenha sido, mas ainda tenho mais pena de não me o teres dito sempre o contrario e depois o ires dizer a uma das pessoas mais próximas de mim.
Apesar de tudo, não o faria de outra forma, gritaria outra vez que te amo (amava?) e que te quero (queria?) ao meu lado para sempre mas agora, adeus, amor.